O estado atual da tecnologia aplicada ao tratamento da diabetes

A diabetes faz parte da vida de cerca de 16,8 milhões de brasileiros, e apesar de não ter cura, possui tratamento, mecanismos de controle e há até casos de remissão.

Notícia boa né? Mas e onde entra a tecnologia? Inovações tecnológicas têm promovido uma grande mudança no entendimento da doença, ajudando desde o controle dos níveis de glicose, gerando mais conforto e menor frequência na aplicação das medicações. Essas melhorias vêm ajudando médicos, pacientes, familiares e amigos de quem vive com essa doença.

Costumo dizer aos meus pacientes que pelo fato da diabetes ser uma doença que afeta 10,5% da população mundial entre 20 e 79 anos, recebe muito investimento em pesquisa, já que há muito interesse na evolução do tratamento e controle desta doença.

Neste artigo não vou falar sobre a insulina sintética como o centro de todos os cuidados, nem dos antidiabéticos orais. O que apresentarei aqui são as diferentes formas que um paciente que vive com a diabetes poderá usufruir a partir de agora, e estamos falando de um futuro muito promissor. 

E quais são essas novidades?

Algumas destas inovações estão disponíveis no mercado nacional, e algumas delas apenas fora do país, e vão desde dispositivos para melhorar o controle da doença até novidades no tratamento.

Freestyle Libre: disponível no Brasil, é um dos modelos de monitores contínuos de glicose mais utilizados. O paciente utiliza um sensor do tamanho de uma moeda no braço, e através do seu smartphone ou de um leitor próprio faz a leitura nos níveis de glicose do corpo. Além de não precisar picar o dedo várias vezes ao dia, o paciente, ao medir mais vezes, acaba por mudar seu comportamento alimentar e hábitos de vida, por estar focado no controle glicêmico. O sistema é online, e as aferições vão diretamente para o computador do médico, que pode acompanhar a rotina do paciente em tempo real! Se você tem um filho ou um familiar que tem diabetes e precisa ser acompanhado, também pode usar a versão de acompanhante.

Diamontech e Vivalyf: estas duas empresas vão até além, e desenvolveram um sensor que funciona apenas com o toque do dedo, sem agulhas, usando micro diferenças de temperatura do dedo ao entrar em contato com a luz, para avaliar o nível de açúcar.

Telemedicina: soluções para atendimento remoto com o médico permitem acompanhamento, mesmo de pacientes internados, através da monitorização contínua e com a facilidade do atendimento a qualquer tempo, de qualquer lugar. Tive até um paciente que acabou exagerando nos doces numa viagem pela Rússia, e não passou despercebido!

InPen: é uma caneta para aplicação de insulina, que é conectada diretamente a um aplicativo no smartphone. Desta forma, ela sabe quanto da dose de insulina aplicada anteriormente ainda está ativa, evitando superdosagem. A InPen pode também ser integrada a um monitor de glicose contínua, um smartwatch ou smartphone, e a carga de sua bateria dura até um ano. 

Bombas automáticas para aplicação de insulina: trata-se de um método de administração de insulina que abandona seringas e agulhas, utilizando dispositivos automatizados. Pacientes com diabetes, acostumados com várias injeções ao longo do dia, receberam muito bem a tecnologia, que torna o processo menos invasivo e mais automatizado. Nas bombas de insulina, calculadoras inteligentes personalizam a aplicação, estimando a quantidade de insulina necessária ao longo do dia.

CeQur: esta empresa está desenvolvendo uma nova bomba de insulina, aplicada como um adesivo (patch), mas ainda está em fase de testes clínicos. 

Icodeca e BIF: estas são 2 insulinas de uso semanal. Isso mesmo, o paciente vai poder aplicar sua dose de insulina apenas 1 vez por semana! Ambas as tecnologias estão em fase 3 de pesquisa (estudos já sendo realizados em humanos, comparando seus resultados com o tratamento tradicional).

Rufus: para casos de diabetes pediátrica, esta empresa desenvolveu um urso de pelúcia "com diabetes", e um kit de diagnóstico que ajuda os pequenos com o tratamento, que muitas vezes pode ser cansativo e chato. O brinquedo acompanha um aplicativo que ajuda as crianças a aprender sobre todos os cuidados necessários, por meio de brincadeiras e recompensas.

Podimetrics: esta empresa desenvolveu um pequeno carpete, parecido com uma balança, que afere a temperatura dos pés diariamente, procurando antecipar diagnóstico de neuropatia diabética (conhecida como "pé diabético").

Transplante de Célula Tronco: outra tecnologia mais recente é o uso de células-tronco embrionárias no fígado, com o objetivo de proteger as células deste órgão do sistema imune do paciente. A empresa Vertex está financiando pesquisas com foco na cura da diabetes tipo 1 lábil (instável), ainda em fase inicial.

Incrível né?

E não para por aí, essas tecnologias continuam avançando todos os anos, sempre com novas propostas, todas com o mesmo objetivo: possibilitar, com segurança, o conforto que todo paciente diabético merece.

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